Reflexão e Desenvolvimento Pessoal

Reflexões Sobre os Seminários


1. Situações de Catástrofe

O Seminário com o tema ''Situações de Catástrofe'', realizado pelo Enfermeiro Bráulio Sousa no passado dia 17 de fevereiro de 2025, proporcionou o enriquecimento de conhecimentos e reflexões essenciais acerca da atuação dos profissionais de saúde em contextos de catástrofe.

Um dos aspetos mais relevantes do seminário foi a oportunidade de compreender a complexidade da resposta a catástrofes, desde a fase de planeamento até à intervenção e recuperação. A partilha de experiências proporcionada pelo Enfermeiro Bráulio, que esteve diretamente envolvido em situações reais permitiu compreender os desafios enfrentados, como a escassez de recursos e a tomada de decisão sob pressão. Tal permitiu uma aproximação à realidade e reforçou a importância de uma formação sólida e contínua na área de emergências e catástrofes.

A análise de casos concretos e reais proporcionaram uma visão mais clara das dificuldades inerentes a estas situações, sendo essenciais para obter uma visão realista e para nos preparar para cenários reais com os quais possamos vir a contactar, aumentando a nossa confiança na capacidade de resposta. Além disso, destacou-se a importância do trabalho multidisciplinar e da comunicação eficaz entre as diferentes entidades, como Bombeiros, Proteção Civil, forças de segurança e profissionais de saúde. Desta forma, reforçou-se a ideia de que o Enfermeiros não atua isoladamente, mas sim integrado num sistema de resposta que exige coordenação e cooperação constantes.

Por fim, este seminário foi uma experiência extremamente valiosa, permitindo-me adquirir alguns conhecimentos fundamentais acerca da atuação do Enfermeiro neste âmbito, consciencializando para a responsabilidade a ele inerente. Assim, revelou ser um complemento à formação adquirida na Unidade Curricular de Enfermagem em Situações de Emergência e Catástrofe, consolidando a atuação expectada para o Enfermeiro neste tipo de circunstâncias.

2. Intervenção Terapêutica de Prevenção com Crianças Pós-Catástrofe

Ao longo da licenciatura, foi essencial aprofundarmos o conhecimento sobre diversas áreas de atuação, incluindo a intervenção em populações vulneráveis. Assim, no dia 17 de fevereiro de 2025 realizou-se o Seminário ''Intervenção Terapêutica de Prevenção com Crianças Pós-Catástrofe'' apresentado pelo Professor António Nabais, tendo sido destacada a importância de uma abordagem sensível e especializada nestes contextos.

Um dos aspetos mais importantes do seminário foi a consciencialização sobre o impacto psicológico que as catástrofes têm nas crianças. Geralmente, o trauma experienciado por estas é subestimado, sendo essencial saber identificar sinais de sofrimento emocional para que se possam implementar estratégias eficazes de apoio. A exposição oferecida pelo Professor António Nabais permitiu compreender melhor as consequências a longo prazo da exposição a eventos traumáticos e a importância da intervenção precoce.

Além disso, outro ponto forte do seminário foi a ênfase na adaptação das estratégias para minimizar o impacto das catástrofes na vida das crianças. Através da criatividade e da otimização dos recursos disponíveis, como ''lençóis e adesivo'', foi demonstrado como é possível criar cenários de brincadeira que, além de proporcionarem conforto, também preparam as crianças para reagirem e processarem estas situações. Esta abordagem lúdica surge como ferramenta essencial para facilitar a recuperação emocional infantil.

Adicionalmente, o contacto com crianças em situações de vulnerabilidade exige conhecimentos específicos e sensibilidade, aspetos que nem sempre são suficientemente explorados com a devida atenção. Desta forma, o seminário destacou a necessidade de uma resposta coordenada e multidisciplinar para garantir um suporte eficaz e ajustado às necessidades individuais de cada criança.

Assim sendo, o seminário ''Intervenção Terapêutica de Prevenção com Crianças Pós-Catástrofe'' proporcionou uma aprendizagem valiosa, sensibilizando para a importância de uma abordagem sensível, holística e especializada no apoio à saúde mental e bem-estar das crianças vítimas de traumas. A partilha de estratégias acessíveis e adaptáveis reforçou a premissa de que, mesmo em cenários de crise e com recursos limitados, é possível promover o bem-estar emocional infantil.

3. Cuidados Pós-Morte e Capacitação do Profissional para a Morte e Luto

No dia 18 de fevereiro 2025, realizou-se o seminário cujo tema foi ''Cuidados Pós-Morte e Capacitação do Profissional para a Morte e Luto'', contando com a participação das Enfermeiras Florbela Cavaleiro, Lúcia Paradela e Dulce Carvalho. Este teve um enfoque específico para a morte infantil e pediátrica, visto ter sido realizado no âmbito das Unidades Curriculares Opcionais de Transições em Saúde Sexual e Reprodutiva e Enfermagem da Criança e do Adolescente em Situação de Vulnerabilidade ou Doença, justificando esta particularidade do tema.

Em primeiro lugar, um dos momentos mais impactantes do seminário foi proporcionado pela partilha de alguns testemunhos recolhidos pela Enfermeira Dulce Carvalho em momentos que partilhou com adolescentes, crianças e os pais que teve ao seu cuidado. Este momento levou a uma reflexão acerca do impacto emocional que a morte destas crianças tem não só nos seus familiares, mas também nos profissionais de saúde que com elas contactaram. A morte é um evento que apresenta uma grande carga emocional a ela associada e, ainda mais, se esta se tratar da perda de uma criança ou bebé. Tal é explicado pelo simples facto de ser de uma vida jovem, que não teve todas as oportunidades e experiências que a sociedade espera para uma criança saudável. Assim, aprender a lidar com estes momentos de forma humanizada e profissional é extremamente essencial, reforçando a importância da comunicação sensível e objetiva e do acolhimento adequado.

Em segundo lugar, a abordagem aos procedimentos e cuidados pós-morte foram igualmente impactantes. Compreender a melhor forma de proceder nestas situações é extremamente complexo, sendo crucial prestar cuidados respeitosos e dignos, desde a preparação do corpo até ao apoio para o luto dos pais. Houve a oportunidade de praticar estes mesmos cuidados sob a orientação e supervisão da Enfermeira Florbela Cavaleiro e, posteriormente, foi possível observar a construção da caixa de memórias para os pais – dependendo da situação poderá ter a primeira roupa, as impressões dos pés e mãos, um caderno com anotações feitas pela equipa multidisciplinar, entre outros pertences que poderão ter significado –, com o apoio da Enfermeira Lúcia Paradela.

Apesar da relevância do tema, o seminário permitiu identificar a lacuna que existe na nossa formação relativamente à morte e ao luto. De um modo geral, o curso prepara-nos para a recuperação e para a vida, deixando de lado a preparação para a perda e toda a bagagem emocional que esta trará. A exposição contínua à morte e ao luto pode levar à fadiga emocional e ao burnout, pelo que a capacitação dos estudantes de Enfermagem e Enfermeiros para lidarem com estes aspetos é extremamente importante e urgente. Proporcionar o apoio entre colegas e o autocuidado é essencial de modo a promover o bem-estar dos profissionais e, consequentemente, dos seus utentes.

Assim, o seminário ''Cuidados Pós-Morte e Capacitação do Profissional para a Morte e Luto'' foi uma experiência profundamente enriquecedora. A sensibilização para a importância de uma abordagem respeitosa, digna e humanizada, bem como a preparação para o impacto emocional da morte na prática de Enfermagem são competências que farão toda a diferença no meu futuro enquanto Enfermeira.

Procedimentos a Realizar e Respetivo Material Necessário para os Cuidados Pós-Morte em Pediatria

Fonte: ESEnfC, 2025

4. Violência, Assédio e Discriminações

A formação em Enfermagem exige não só a aquisição de conhecimentos e competências técnicas, como também o desenvolvimento de competências sociais e emocionais que permitam lidar com questões complexas da sociedade. No dia 18 de fevereiro de 2025 realizou-se o Seminário ''Violência, Assédio e Discriminações'', contando com a participação da Enfermeira Bárbara Menezes, da Doutora Daniela Sofia Neto, e Doutora Alice Morgado.

Este permitiu abordar problemáticas que afetam diariamente a sociedade contemporânea, havendo a partilha de diversos testemunhos e experiências reais, que permitiram compreender a dimensão e gravidade da violência, do assédio e da discriminação em diversos contextos. Através destes testemunhos, ouvimos relatos adquiridos de testemunhas de sexo masculino e feminino sobre situações de assédio e descrições misóginas acerca do comportamento e imagem destes dois sexos, evidenciando como estas problemáticas afetam as pessoas de diferentes formas.

O seminário destacou a importância da criação de ambientes de trabalho seguros e inclusivos, tentando combater todas as formas de abuso e discriminação, que muitas vezes se encontram nestes contextos. Através dos relatos foi possível compreender o impacto emocional e psicológico que estas experiências têm e a importância de uma boa rede de apoio nestas situações. A discriminação, o assédio e a violência no setor da saúde deveria ser um tema debatido e reconhecido com mais frequência, a fim de desenvolver políticas institucionais mais eficazes que garantam a segurança, o respeito e a justiça para todos os profissionais.

A dificuldade em reconhecer e denunciar situações deste carácter foi algo que permaneceu na minha memória e me fez refletir, sendo, a meu ver, um fator extremamente importante e decisivo nestas circunstâncias. Atualmente, os sinais de abuso e discriminação ainda são desvalorizados e até normalizados, sendo necessária uma visão sensível para identificar estas questões. Os testemunhos permitiram compreender as barreiras que muitas vítimas enfrentam ao tentar denunciar, uma vez que depende muito dos limites de cada um e não há legislação específica que defina todos os tipos de assédio ou abuso.

Em suma, o seminário proporcionou uma aprendizagem e reflexão essencial, sensibilizando para a importância de uma abordagem precoce e empática perante estas problemáticas. A partilha dos testemunhos trouxe uma perspetiva humanizada e mais impactante, causando um choque com a realidade na qual vivemos diariamente. No que diz respeito à Enfermagem, acredito que este seminário contribuiu para uma prática mais consciencializada e segura, tentando promover um ambiente acolhedor tanto para os utentes, como para os profissionais com os quais contactamos. 


5. Apresentação e Discussão das Temáticas e Tipologia das Monografias

No dia 19 de fevereiro de 2025 realizou-se o Seminário para a apresentação e discussão das temáticas e tipologia das Monografias de Conclusão de Licenciatura. A participação neste seminário constituiu uma oportunidade extremamente valiosa enquanto estudante de Enfermagem que se encontra na meta final do percurso académico. Este evento proporcionou a aprendizagem, reflexão e crescimento profissional, contribuindo significativamente para a estruturação e melhoria do projeto a elaborar – Projeto de Investigação Empírica com o tema ''Literacia em Saúde em Mulheres Migrantes''.

Este seminário permitiu-me expor a proposta elaborada perante os meus colegas e Professoras Orientadoras do Ensino Clínico Integrador Opcional II em Transições em Saúde Sexual e Reprodutiva, tendo sido fundamental para a melhoria de competências de comunicação e argumentação, que são essenciais tanto para o percurso académico como para a futura prática clínica. A capacidade de apresentar ideias de forma clara, objetiva e concisa, bem como responder a questões e críticas construtivas, são indispensáveis não só para esta fase do processo de conclusão de licenciatura e elaboração de uma boa Monografia, mas também para a prática enquanto futura enfermeira, reforçando a importância de saber sustentar e justificar adequadamente as decisões clínicas e fundamentar intervenções com base na evidência científica – prática baseada na evidência.

Adicionalmente, a interação e troca de ideias com os colegas e professoras possibilita o acesso a feedback valioso, que permitirá a elaboração de um trabalho que cumpra os requisitos expectáveis para um estudante de 4º ano da Licenciatura em Enfermagem. Da mesma forma, as sugestões e críticas recebidas podem ajudar na delimitação do tema, na reformulação da questão de investigação, na definição da metodologia e da população-alvo mais adequada, garantindo que o projeto seja exequível e relevante para a prática de Enfermagem. A troca de ideias e experiências com os outros colegas também foi extremamente enriquecedora, pois permitiu conhecer novas e diferentes perspetivas e identificar desafios em comum, de forma a promover a entreajuda.

Em acréscimo, outro contributo deste seminário prende-se com a consolidação de competências de investigação, uma vez que somos incentivados a refletir acerca da pertinência da temática, pertinência para a prática clínica e as potenciais contribuições para a melhoria dos cuidados de saúde. Esta abordagem permite reforçar a importância da prática baseada na evidência, sabendo que este é um dos pilares fundamentais para a Enfermagem.

Acredito que a experiência do seminário teve um impacto positivo na minha autoconfiança, bem como na dos meus colegas, uma vez que a exposição de ideias neste ambiente e o reconhecimento do trabalho podem fortalecer a motivação e o sentido de responsabilidade. De outro modo, o debate e a partilha de conhecimentos de forma coletiva foi um incentivo adicional para o sucesso.

Assim sendo, o seminário de apresentação e discussão das temáticas e tipologia das Monografias de Conclusão de Licenciatura representa um marco nesta etapa final, sendo uma mais-valia para a melhoria da investigação, desenvolvimento de outras competências complementares à prática profissional e pensamento crítico, reflexivo e baseado na evidência. Este em conjunto com a orientação paralela das Enfermeiras Tutoras e Professora Orientadora permitem o desenvolvimento de um trabalho de excelência e de um percurso com uma evolução positiva.


6. Inteligência Artificial como Facilitador do Trabalho Académico

No dia 21 de fevereiro de 2025 realizou-se o seminário cujo tema foi ''Inteligência Artificial como Facilitador do Trabalho Académico'', dinamizado pelo Professor Hugo Neves e moderado pela Professora Lurdes Lomba. A temática abordada revelou-se extremamente pertinente, sendo que nos encontramos numa época em que a Inteligência Artificial (IA) tem vindo a revolucionar o desempenho académico dos estudantes, a cada dia que passa.

A apresentação das diversas ferramentas e plataformas de IA foi uma das principais mais-valias no que diz respeito à otimização e organização dos trabalhos académicos. A demonstração do potencial desta tecnologia para analisar, sintetizar e simplificar grandes volumes de informação ou de conteúdos complexos foi particularmente relevante. Da mesma forma, a possibilidade de utilizar estas ferramentas para clarificar os conteúdos que se pretende transmitir, organizar a informação de forma lógica ou até mesmo corrigir erros de ortografia pode reduzir o tempo despendido na elaboração de trabalhos académicos, desde que estas sejam utilizadas de forma honesta e apenas quando necessárias – não como um substituto do conhecimento ou do próprio trabalho.

Deste modo, surgiu a discussão acerca da ética de utilização da Inteligência Artificial no âmbito do Ensino Superior. O risco de dependência excessiva e a ''substituição'' referida anteriormente, poderão ter sérias repercussões numa capacidade tão simples como a produção de documentos escritos originais, isto é, na capacidade de escrita, que fomos adquirindo desde os primeiros anos de ensino. Enquanto futura Enfermeira, serei confrontada com diversos obstáculos que irão desafiar o meu pensamento crítico e tomada de decisão informada, pelo que se torna essencial utilizar a IA de forma moderada e adequada, servindo apenas de complemento ao desenvolvimento, e não como um substituto do esforço intelectual.

Embora o foco do seminário tenha sido o meio académico, ficou evidente que a IA tem vindo a ter um papel crescente no futuro de Enfermagem, reforçando a importância de nos mantermos familiarizados com as ambivalências desta nova tecnologia desde a formação inicial. É interessante pensar que a Inteligência Artificial poderá ser um excelente auxílio ao nosso trabalho em Enfermagem, podendo ser uma mais valia no que diz respeito, por exemplo, à elaboração de registos clínicos. Isto é, o recurso à IA poderá auxiliar na melhoria da qualidade dos registos de Enfermagem, bem como na clareza daquilo que se pretende registar.

Por fim, este seminário proporcionou uma visão abrangente sobre o impacto da Inteligência Artificial no Ensino Superior, tendo evidenciado os seus benefícios e alertando para os riscos e desafios éticos da sua utilização. Enquanto futura Enfermeira, acredito que esta aprendizagem foi essencial para a minha evolução académica e profissional, encarando a IA como uma aliada, e não como uma substituta.

7. Integridade Académica

Num contexto em que a Enfermagem se rege por princípios éticos e deontológicos bem delimitados, a integridade académica assume um papel essencial na evolução de futuros Enfermeiros responsáveis e comprometidos com a excelência na sua prática. Desta forma, no dia 21 de fevereiro de 2025, realizou-se o seminário ''Integridade Académica'', dinamizado pela Professora Adriana Coelho e moderado pela Professora Anabela Salgueiro.

O seminário permitiu abordar diversos temas, como o plágio, a fraude académica e a responsabilidade individual no processo de aprendizagem, que muitas vezes são desvalorizados pelos estudantes. Porém, ao longo da sessão ficou cada vez mais evidente que a integridade académica é algo que é apenas da responsabilidade de cada um e da entrega e dedicação que dispomos para que tal seja assegurado. Afinal, se um estudante não se compromete inteiramente com a sua aprendizagem, como poderá, no futuro, assegurar cuidados de excelência e elevada qualidade para os seus utentes? Não será apenas uma farsa?

A oportunidade para refletir sobre as consequências da desonestidade no meio académico e no exercício profissional foram uma mais-valia e permitiram uma introspeção e autoavaliação do meu percurso até hoje. Isto reforçou a minha perspetiva de que a integridade académica é e será um reflexo da integridade profissional. Um Enfermeiro que, durante o seu percurso académico, se habituou a práticas incorretas terá dificuldades a exercer a sua profissão de forma ética e proveitosa. Desta forma, a discussão sobre estratégias a implementar para evitar a fraude académica involuntária, como a utilização de fontes incorreta ou a falta de domínio das normas de citação, foi um ponto extremamente positivo do seminário, visto que muitos dos erros cometidos pelos estudantes se devem a desconhecimento e má-fé.

Acima de tudo, o seminário incentivou a uma cultura de transparência, honestidade e dedicação, sendo estes valores essenciais para qualquer profissional de saúde. Ao contrário da perceção de que a integridade se trata apenas de um conjunto de regras restritivas, esta pode ser um meio excelente de crescimento pessoal e profissional, apelando à formação de Enfermeiros merecedores deste título.

Concluindo, considero que este seminário foi extremamente benéfico, uma vez que reforçou a ideia de que os valores que tem vindo a ser adquiridos até agora serão os mesmos que irão orientar a minha prática enquanto profissional de Enfermagem. Ser Enfermeira não começa quando se veste a farda, mas sim quando se assume o compromisso de dar o melhor de si mesmo pelo bem dos utentes, sempre com honestidade, responsabilidade e entrega durante o processo de aprendizagem, para que isto se reflita na prática. 


8. Primeiro Seminário de Partilha de Experiências

No dia 21 de março de 2025 realizou-se o seminário de ''Partilha de Experiências'' da opção de Transições em Saúde Sexual e Reprodutiva. Este consistiu na divisão da turma em grupos, com base na semelhança entre os diferentes contextos, de modo a tornar o diálogo e a troca de ideias mais acessível, identificando pontos em comum e diferenças entre os mesmos. A Unidade de Intervenção Precoce formou grupo com a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) Coimbra Saúde e de Montemor-o-Velho.

Durante a fase de discussão, destacou-se a partilha dos métodos de trabalho, gestão de tempo e oportunidades de aprendizagem disponíveis, que muitas vezes variam substancialmente entre as diferentes instituições e equipas de enfermagem. Desta forma, foi possível ter uma melhor compreensão da diversidade de práticas dentro da mesma profissão, apenas alterando o contexto em que esta se insere. Isto é, apesar de a prática de Enfermagem se guiar pelos mesmos regulamentos e princípios, esta varia muito consoante as condições nas quais se insere, sendo extremamente dinâmica.

Além disso, outro ponto de grande importância foi a discussão de dilemas e questões éticas observadas nos contextos clínicos. Neste caso, apenas a UIP identificou alguns aspetos relevantes, como o respeito pela privacidade e intimidade da utente associado à disposição do consultório de Enfermagem, ao envolvimento do pai no processo de acompanhamento pré-natal, e a comunicação com utentes migrantes. A possibilidade de discutir estas situações com colegas, que apesar de não se encontrarem numa situação semelhante podem fornecer conselhos úteis, foi extremamente benéfica de forma a tentar solucionar ou melhorar as condições destas questões éticas.

Posteriormente, elaborou-se um PowerPoint com os elementos-chave discutidos, com o objetivo de o apresentar no seminário de partilha de experiências seguinte. Uma possível limitação do seminário prendeu-se com a organização dos grupos e a falsa perceção de semelhança entre os contextos. No caso do grupo II, apesar de os contextos – UCC versus UIP –, à primeira vista, aparentarem ter várias semelhanças, na grande maioria dos aspetos verifica-se a situação contrária. Este fator apresentou-se como um desafio à comparação dos contextos e elaboração de uma apresentação que, por um lado, não fosse extremamente longa e, por outro, incluísse todos os pontos essenciais a cada contexto clínico.

Em suma, o seminário foi uma boa oportunidade para promover a aprendizagem em conjunto e o desenvolvimento de competências de reflexão crítica e comunicação. Foi também extremamente importante para compreender as diferenças que podemos encontrar de contexto para contexto, mostrando como a Enfermagem pode ser uma profissão dinâmica com excelente capacidade de adaptação.

9. Segundo Seminário de Partilha de Experiências 

No dia 11 de abril de 2025 realizou-se o segundo seminário de ''Partilha de Experiências'', poucas semanas após o último. Neste foi possível fazer a apresentação dos PowerPoints elaborados por cada grupo na aula anterior – fruto das discussões e trocas de ideias –, representando o culminar do conhecimento adquirido na mesma, bem como uma oportunidade de partilhar com os restantes colegas e dar aso à discussão em grupo e reflexão.

A apresentação dos documentos permitiu a cada grupo expor as práticas clínicas mais comuns, os métodos de trabalho, oportunidades de aprendizagem, e dilemas éticos identificados nos diferentes contextos. A necessidade de transformar as experiências práticas em conhecimento partilhável e estruturado exigiu uma grande capacidade de análise crítica, boa articulação entre a teoria e a prática, e o desenvolvimento da comunicação e de trabalho em grupo.

Um aspeto a salientar foi a transversalidade de alguns dos temas, como o caso da humanização dos cuidados ou do respeito pela privacidade e intimidade do utente. Estes tópicos, apesar de terem sido abordados no âmbito de outros contextos, foram recorrentes, revelando a preocupação com a qualidade dos cuidados prestados e a importância dada aos valores que um Enfermeiro deve ter, permitindo identificar áreas críticas para a formação e prática de Enfermagem.

Contudo, nem todas as apresentações atingiram os mesmo grau de profundidade, devido à grande divergência entre os contextos, notando-se na dificuldade de articulação entre os grupos, e acabando, em alguns casos, por resultar na necessidade de separar o grupo e fazer uma apresentação individual. Por outro lado, o seminário permitiu evidenciar que o trabalho em grupo pode resultar no crescimento pessoal e profissional, sendo um grande benefício para a Enfermagem. Isto é, ao refletir em conjunto é possível não só consolidar aprendizagens, mas também adquirir algo novo e inovador para as práticas futuras.

Assim sendo, este segundo seminário constituiu um momento de síntese das discussões e aprendizagens vividas ao longo do Ensino Clínico final. Foi também uma forma de consciencialização, uma vez que permitiu olhar para a situação de cada um de uma forma crítica, construtiva e reflexiva, sendo um pilar fundamental para a profissão de Enfermagem.

Apresentação PowerPoint Elaborada para o Segundo Seminário de Partilha de Experiências

Reflexão Final


Ao concluir o último ano da Licenciatura, sinto que este é o momento adequado para refletir sobre o percurso que delineei até agora, o crescimento alcançado e os desafios superados. Esta carta dirige-se ao meu ''eu futuro'', não como um exercício sentimental, mas como um registo do caminho percorrido até aqui e todas as aprendizagens que não quero esquecer.

Ao longo destes anos percebi que ser enfermeiro é muito mais do que colher sangues, administrar vacinas ou simplesmente alguém que tem muitos conhecimentos científicos. É, sobretudo, saber ser humano no cuidar, ter sentido crítico, e acima de tudo saber comunicar e ouvir o outro mesmo em situações mais exigentes. Enfermagem é muito mais do que aquilo que as palavras podem dizer. Cresci enquanto estudante, e brevemente como enfermeira, aprendendo a lidar com a imprevisibilidade dos contextos clínicos, adaptando-me às situações com o que tinha disponível, aprendi a trabalhar em equipa, e percebi que, no meio de tantos anos exigentes, é extremamente importante saber ouvir-me da forma como ouço os outros.

Houve momentos em que duvidei da minha preparação ou da minha capacidade de fazer diferença. No entanto, foi nesses momentos que aprendi a ser resiliente. A cada ensino clínico, cada experiência, cada enfermeiro tutor fui aprendendo e construindo a minha identidade profissional.

Espero que, ao reler estas palavras no futuro, me recorde de onde vim e como comecei. Lembrar-me do esforço investido e dos valores que sempre procurei ter e trabalhei para desenvolver. Que nunca perca a vontade de aprender, questionar e evoluir. E que exerça com competência, mas acima de tudo, com humanidade e sem nunca me acomodar.

A maior lição que quero recordar é a de que não há experiências únicas, todos nós passamos por fases complicadas nas quais não conseguimos perspetivar o futuro, fases mais curtas e outras mais longas. Todos nós já nos sentimos inúteis, inferiores, com menos conhecimentos que os outros. O importante é saber utilizar esses sentimentos como combustível para mudar.

O percurso académico termina, mas o desenvolvimento profissional é contínuo. A Enfermagem exige compromisso permanente com a atualização dos conhecimentos, melhoria das práticas e com o bem-estar de quem confia em nós. O futuro trará novos desafios, e espero enfrentá-los com a mesma determinação que trouxe até aqui. 

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